sábado, 29 de agosto de 2009

Estou aqui !

Eu gosto de escrever. Sempre gostei.

Mas há maneiras e maneiras de escrever: Uma, é andar por aqui a passear os dedos suavemente por esta tábua cheia de quadradinhos, cada um com a sua letra. Fácil, rápido, eficiente ... onde um Delete, ou um Insert, um Cut, um Copy ou um Paste resolvem qualquer problema. Outra, a minha preferida, é pegar num pauzinho duro, com uma grafite na ponta, e riscar o papel. De preferencia um papel mole, onde as letras, desenhadas, fiquem gravadas com a força e tudo mais que nos vai na alma.
Pode escrever-se com raiva. Ou com emoção. Com alegria, ou com tristeza. E é a nossa mão que imprime no papel aquilo que sentimos e aquilo que verdadeiramente somos.

Estou a olhar para o que acabei de escrever. Em papel. (Estou a copiar). Neste texto, tão curto, está lá tudo. As palavras que risquei, as frases em que hesitei e, até, os erros de ortografia. E tudo faz sentido.

Olho melhor: O parágrafo em que falo da escrita ao computador é mais "corrido", menos carregado. Vê-se que estava com vontade de despachar. A seguir, o traço ganha força. Risco na vertical. Não hesito. Repito, mesmo quando gosto particularmente do que escrevi. Há mais pontos e menos vírgulas.
No fim, o meu nome. Eu assino tudo o que escrevo, nem que seja para deitar para o caixote. É uma forma de dizer: Pronto. Já está !

Isabel.

Mas não o Isabel que surge neste ecrã, assepticamente delineado em "times new roman". O "meu" Isabel é assim: O "I" grande começa com um risco vertical bem vigoroso. Um tracinho em baixo, um outro em cima de onde parte, em curva e contra-curva o "S".
Pausa.
O "a" pequeno é um caracol, sempre enrolado de cima para baixo. O "b" também começa com um risco vertical e acaba numa barriga. Parece uma colcheia de pernas para o ar. Tem música!.
Outra pausa.
O "e" é outro caracol, ao contrário. Tem de ser. Por fim, mais um risco bem vertical, mas sem tracinhos: é o "l" final. Traçado com a mesma força do primeiro.

Pronto. E, por vezes, ponto.

A minha assinatura não é uma identificação. É um dizer: Estou Aqui !

Pois ... o problema é que, para comunicar isto, tenho de copiar tudo, passando os dedos, suavemente, por esta tábua cheia de quadradinhos ...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Kennedy

Este texto não é meu. Mas acho que merece ser divulgado (embora muito pouca gente venha aqui):

Morreu o leão liberal do Senado dos E.U.A.

É assim, com noticias de mais de 1 pagina inteira que abriu o Publico de ontem. Por todo o Mundo Ocidental os principais jornais abrem da mesma maneira.
Foi durante a sua vida adulta um marco incontornável dentro da sua Familia, para os EUA, foi o "defensor do sonho" (dizem os Jornais). Numa das várias vezes que estive nos EUA, em serviço ou de férias, nos anos 80, já se falava dele. E o que espanta meio Mundo é que um Homem tão rico, tão influente, com um nome tão prestigiado tenha passado a Vida a dar mais do que recebia, a que a sua mão esquerda nem soubesse o que dava a direita, que tivesse elaborado ou colaborado em centenas de Leis para tornar os Americanos mais livres, com mais apoio na Saúde (não é nada Americano), no Ensino, e na Justiça.

Não estou a fazer um epitáfio de quem não conhecia pessoalmente. Apenas a lembrar que em certas Familias se cultiva, desde o berço a respeitar os inferiores (na escala social), a Servir a quem os serve, a ocuparem os ultimos lugares em vez dos primeiros, e a pôr à frente dos próprios interesses, vaidades, etc., Deus,a Pátria e a Familia, no sentido mais nobre e não politico com que estas palavras normalmente são conotadas. Só que infelizmente tal cultura é hoje mais dificil de encontrar do que agulha em palheiro. Seja nos EUA, ou em Portugal.

Um abraço a todos do
Martinho
(28 de Agosto de 2009)

domingo, 23 de agosto de 2009

ATENÇÃO PIRATAS !

Voltámos, ao tempo dos piratas. De perna-de-pau, olho-de-vidro, e cara-de-mau? Não, esses, ao menos tinham graça.
Hoje os piratas atacam em barquinhos de borracha e são combatidos por esquadras na Nato.
Tanta modernidade para quê? Nós os portuguesinhos valentes não precisamos de tanto: em Lisboa a pirataria da droga é certamente ainda observada com binóculos.
Ali do Cais do Sodré, mesmo em cima do rio. Se fosse mais longe, não se via nada.
Só isto justifica, tirarem-nos mais um bocado da vista do Tejo.
Espero que os apanhem, e os capturem ... à espadeirada.
Ao menos, voltava a ter graça.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

QUE FAZER COM ESTA "GENTE" ?


Notícia do dia:

Al-Megrahi, autor do atentado que fez explodir um avião sobre Lokerbei, na Escócia em 1988, matando 270 pessoas, e que estava a cumprir a pena de prisão perpétua (ou, segundo alguns 57 anos), foi libertado “por motivos humanitários” (tinha um cancro, em estado terminal).
A humanidade da decisão, só por si, não me indigna (embora indigne compreensivelmente as famílias das vítimas).

O pior foi o que se seguiu: transportado ontem num jacto pessoal de Khadafi, o “herói” foi recebido na Líbia com horas nacionais, hino fanfarra e tudo ! Com a assistência e aplauso uma multidão.

Ora, isto, levanta a questão: Somos todos iguais? A minha resposta é NÃO.

Relembrando a Parábola: o Semeador lançou sementes boas e iguais à terra. Parte caiu em terra boa e germinou; outra parte caiu sobre pedras e morreu; mas ainda outra caiu em mau terreno e foi abafada pela má semente, crescendo apenas as ervas daninhas.

Tal não contraria o princípio de que “Todos os homens nascem iguais”. Acontece que não crescem todos iguais. E, “quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita”.

Continuar a pensar que todos somos iguais, é suicídio. Se deixamos o esclarracho invadir a relva, estamos feitos.

Cá por mim, tenho uma teoria: não houve um, mas dois semeadores, sendo que o segundo (certamente com autorização do primeiro) resolveu entrar na história no séc. VII d.C.: escolheu a má semente, e lançou-a em má terra. A erva daninha, cresceu, multiplicou-se e invadiu tudo quanto pode. E ainda há quem, para ajudar, a regue.

Que fazer? Talvez um bom pesticida.

(isto da luta entre Deus e o Diabo escusava de meter os homens ao barulho)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

EIA AVANTE !

Se, como parece, o 31 da Armada macaqueou a implantação da República, honra lhe seja feita. O que aconteceu em 1910 foi precisamente isso: uma macacada, feita sobre o vergonhoso assassínio de 2 cidadãos portugueses que nunca fizeram mal a ninguém: um Rei que amou sobretudo Portugal, inteligente, culto e bom, e o seu filho de 21 anos, amado de todos.

A tal República era desejada – se é que o era – por umas dúzias de lisboetas (carbonários, anarquistas, bombistas, maçons, monárquicos e republicanos), tudo políticos que se odiavam uns aos outros. Em virtude do assassínio anterior, foi aclamado, um jovem recém saído da adolescência: fraco, mal preparado e, sobretudo, mal aconselhado.

Em Portugal o direito ao trono nunca se baseou – como noutros países – no direito de sangue. Embora tal “direito” se tenha tornado uma tradição, o facto é que nenhum Rei português subiu ao trono sem ter previamente sido aclamado em Cortes, primeiro tradicionais (desde a Idade Média), mas com a representação do Povo - coisa que os franceses, por ex. só conseguiram após 1789 - depois constitucionais.

A República em Portugal não só não foi uma revolução, nem um mero golpe de Estado, e muito menos foi legitimada pela vontade popular.

Tal como veio, pode ir.

Posto isto, 100 anos depois, nem uma “macacada” assim é possível: 1) temos uma Constituição tão democrática que proíbe a mudança de regime; 2) e, mais importante, não se vislumbra (em minha opinião e na de muita gente, que até seria potencialmente monárquica) alguém com perfil adequado para “sentar no trono”.
Mais inteligentes foram os espanhóis que, apesar das guerras, nunca deixaram cair a Instituição Monárquica. A isso devem ser hoje um País forte, democrático e, sobretudo (+ ou - ) unido, possuidore de uma figura de referência que ninguém (nem os republicanos) contesta.

Quanto à bandeira, o que de facto constitui um símbolo nacional é o “Escudo e as Quinas” e esse, felizmente continua lá, quaisquer que sejam as cores escolhidas – por quem? com que legitimidade? Para mim, o azul e branco era bem mais bonito que essa possidoneira do verde-rubro. Mas isso são gostos.
Já agora aqui deixo uma dica à nova Assembleia com poderes constituintes: que o 1º artigo da Constituição seja qualquer coisa assim: “Portugal é um Estado Soberano [etc.], cujo Regime será o que resultar da vontade democrática do Povo”; no que se segue, bastará substituir a expressão “República Portuguesa” muito simplesmente por “Portugal”.
Os nossos mal-amados Partidos que ousem propor qualquer coisa assim: logo veríamos o resultado.

ps 1: Estive agora, no Ytube, a ouvir o Hino da Carta (de cuja letra só conhecia uma pequena parte): É LINDO !. Basta substituir a referência aos Cabrais (que já não dizem nada a ninguém. Também n’”A Portuguesa”, os “bretões” foram substituidos por “canhões”) e … temos Hino!
E, como sempre, foi preciso uma Mulher. A lendária ou não Maria da Fonte - outra tinha sido a Padeira de Aljubarrota e, de certo modo, D. Luísa de Gusmão - para defender a “Santa Liberdade” !

EIA AVANTE, Mulheres de Portugal !

ps2: Já que aqui ninguém me lê nem me comenta, inseri este post, como comentário, nos meus 2 blogues preferidos: o "commonsense" e o "Arrastão". A ver vamos, se tenho algum "feed back" ...