quarta-feira, 12 de agosto de 2009

EIA AVANTE !

Se, como parece, o 31 da Armada macaqueou a implantação da República, honra lhe seja feita. O que aconteceu em 1910 foi precisamente isso: uma macacada, feita sobre o vergonhoso assassínio de 2 cidadãos portugueses que nunca fizeram mal a ninguém: um Rei que amou sobretudo Portugal, inteligente, culto e bom, e o seu filho de 21 anos, amado de todos.

A tal República era desejada – se é que o era – por umas dúzias de lisboetas (carbonários, anarquistas, bombistas, maçons, monárquicos e republicanos), tudo políticos que se odiavam uns aos outros. Em virtude do assassínio anterior, foi aclamado, um jovem recém saído da adolescência: fraco, mal preparado e, sobretudo, mal aconselhado.

Em Portugal o direito ao trono nunca se baseou – como noutros países – no direito de sangue. Embora tal “direito” se tenha tornado uma tradição, o facto é que nenhum Rei português subiu ao trono sem ter previamente sido aclamado em Cortes, primeiro tradicionais (desde a Idade Média), mas com a representação do Povo - coisa que os franceses, por ex. só conseguiram após 1789 - depois constitucionais.

A República em Portugal não só não foi uma revolução, nem um mero golpe de Estado, e muito menos foi legitimada pela vontade popular.

Tal como veio, pode ir.

Posto isto, 100 anos depois, nem uma “macacada” assim é possível: 1) temos uma Constituição tão democrática que proíbe a mudança de regime; 2) e, mais importante, não se vislumbra (em minha opinião e na de muita gente, que até seria potencialmente monárquica) alguém com perfil adequado para “sentar no trono”.
Mais inteligentes foram os espanhóis que, apesar das guerras, nunca deixaram cair a Instituição Monárquica. A isso devem ser hoje um País forte, democrático e, sobretudo (+ ou - ) unido, possuidore de uma figura de referência que ninguém (nem os republicanos) contesta.

Quanto à bandeira, o que de facto constitui um símbolo nacional é o “Escudo e as Quinas” e esse, felizmente continua lá, quaisquer que sejam as cores escolhidas – por quem? com que legitimidade? Para mim, o azul e branco era bem mais bonito que essa possidoneira do verde-rubro. Mas isso são gostos.
Já agora aqui deixo uma dica à nova Assembleia com poderes constituintes: que o 1º artigo da Constituição seja qualquer coisa assim: “Portugal é um Estado Soberano [etc.], cujo Regime será o que resultar da vontade democrática do Povo”; no que se segue, bastará substituir a expressão “República Portuguesa” muito simplesmente por “Portugal”.
Os nossos mal-amados Partidos que ousem propor qualquer coisa assim: logo veríamos o resultado.

ps 1: Estive agora, no Ytube, a ouvir o Hino da Carta (de cuja letra só conhecia uma pequena parte): É LINDO !. Basta substituir a referência aos Cabrais (que já não dizem nada a ninguém. Também n’”A Portuguesa”, os “bretões” foram substituidos por “canhões”) e … temos Hino!
E, como sempre, foi preciso uma Mulher. A lendária ou não Maria da Fonte - outra tinha sido a Padeira de Aljubarrota e, de certo modo, D. Luísa de Gusmão - para defender a “Santa Liberdade” !

EIA AVANTE, Mulheres de Portugal !

ps2: Já que aqui ninguém me lê nem me comenta, inseri este post, como comentário, nos meus 2 blogues preferidos: o "commonsense" e o "Arrastão". A ver vamos, se tenho algum "feed back" ...

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