sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Como quem não vê

Pronto: lá temos um belga (que é isso?) a fingir que manda na Europa.
Quem não é ceguinho, sabe que quem efectivamente manda é a Alemanha e a França (mais aquela do que esta). E, pelos vistos, contra a Inglaterra.
A memória é curta, lá isso é.
Entretanto os outros países, nomeadamente os mais pequenos, continuarão a ser os "paus mandados" de sempre.
Mais uma vez: a memória é curta.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Desabafo

Ter a perna esquerda aleijada, é chato.
Ter o braço direito aleijado, é chatíssimo.

Esquerda, direita, volver!

(se for capaz)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Post antigo ...

... que não cheguei a postar na altura. Faço-o agora, porque mantêm a sua actualidade:
____________

Escrevo em Fevereiro de 2008, quando passa o duplo centenário de acontecimentos que são marcos da nossa História.

A 1 de Fevereiro de 1808 foi proclamado, em Lisboa, por Junot, o decreto que declarava extinta a Casa de Bragança e que “Portugal todo inteiro seria dai em diante administrado e governado em nome do Imperador dos Franceses (...)”

A 1 de Fevereiro de 1908 são assassinados, no Terreiro do Paço o Rei D. Carlos de Portugal e o Príncipe Real D. Luís Filipe.

A 1 de Fevereiro de 2008 a Assembleia da Republica Portuguesa, prepara-se para ratificar um Tratado que coloca Portugal na inteira dependência das grandes potências estrangeiras.

Voltámos, pois, atrás 200 anos.

(No dia em que escrevo, 9 de Fevereiro de 2008, leio, num documento coevo, que neste dia, em 1808, foram “espingardados” das Caldas da Rainha, seis soldados e dois “paisanos” que se tinham revoltado contra os soldados franceses.)

Não vale a pena contar o que foram as Invasões Francesas em Portugal, entre os fins de 1807 e meados de 1811. A história é conhecida, embora dois séculos passados muito pouco, ou quase nada se tenha feito para a assinalar.

Compreende-se.

A situação em que hoje nos encontramos quase repete aquela em que nos encontrávamos há 200 anos e é, em parte, consequência daquela. Basta lembrar o Congresso de Viena, em que a Europa foi retalhada e partilhada entre as “Grandes Potências” da época: Áustria e Prússia (isto é a Alemanha), Rússia, Inglaterra e, apesar de tudo, a França.
As grandes potências de então (a que depois veio a juntar a Espanha) nunca desistiram, até hoje, de fazer da Europa um grande império. À maneira de Carlos Magno, elas serão os Suseranos, e as outras os Vassalos. E a “mínima potência” que é hoje Portugal mostra-se muito interessada neste sistema de retorno a um neo-feudalismo. (O Grandes asseguram protecção e comida, os Pequenos, pagam-lhes em corveias.)

É curioso que tenha sido em pleno feudalismo que Portugal recusou a vassalagem e se afirmou com um Estado independente e soberano. E que seja hoje, passados quase 900 anos que essa soberania, tão duramente conquistada e defendida, esteja a ser alegremente alienada, sem ninguém querer saber o que pensam disso os portugueses.

Por isso é tão importante deixar os portugueses na ignorância da sua História.

Mas há mais paralelismos que se podem fazer: Os mesmos anos que durou a Guerra, chamada Peninsular – cerca de 3 e meio – foram os que mediaram entre o Regicídio e a proclamação da República ... que mais não foi que o prolongamento da Monarquia por meios violentos.

Se o povo – o mesmo povo de tanoeiros e alfaiates que aclamou o Mestre de Avis em 1383-85 – se rebelou e venceu os franceses (com a ajuda mínima, embora decisiva dos Ingleses) – ficou quedo e mudo perante a mudança de regime, foi porque a independência de Portugal nunca esteve efectivamente em perigo. E porque as ditaduras, nunca lhe meteram realmente medo.

Já a questão da independência, assobia mais fino. (Há hino mais patriótico que “A Portuguesa” ?)

Razão tinham os “sábios” (ou “perfidos”?) ingleses quando foram últimos a reconhecer o regime saído do golpe (corporativo) dos capitães de Abril. Não foi passarem de uma ditadura para uma outra ditadura, embora de sinal contrário (e seria este sinal mesmo contrário?), foi o facto de esta nova ditadura ser comandada de fora, do estrangeiro, que encolerizou o povo. A reacção popular, dos tempos do PREC, foi rápida, eficaz e vitoriosa. Deixou porém uma lição: as coisas não se podem fazer tão depressa. Há que fazê-las pé-ante-pé, ou seja, para usar a terminologia “europeia”, por pequenos passos. Deste modo, o povo já não se enfurece, fica sonolento, como que adormecido. Já Salazar fizera o mesmo: avançou devagarinho.

À moda de Salazar, também a integração de Portugal da (des)União Europeia foi sendo construída, devagar, devagarinho, à completa revelia dos portugueses.

Não é por acaso que na escola se ensina sexo, mas não História. Saber História é perigoso: não vá o povo querer tomá-la como exemplo.

O povo, os “paisanos” de oitocentos, preferiam perder casas e searas, para defender a terra que sentiam sua. Hoje o povo já não sente nada, porque já nada lhe pertence, nem a sua própria opinião. E deixa-se levar ... “cantando e rindo”, à boa maneira da Mocidade Portuguesa..

Quando um regime menospreza a opinião do povo, esse regime toma um nome: Ditadura.

De que serve uma democracia formal, se os principais partidos falam diferente, mas agem igual ? Quando igualmente prometem, e igualmente mentem ? Quando a Justiça já não julga (ou julga mal e a más horas) ? Quando a Saúde mata mais do que cura ? Quando a escola não ensina ? Quando já não há trabalho, e os portugueses estão reduzidos a pedir esmola ? Quando o crime progride impune ? Quando os polícias têm medo dos ladrões ? Quando já nem fronteiras nem moeda temos ?

Só há, infelizmente uma resposta:

PORTUGAL MORREU !. R.I.P.

Geração sacrificada

Acabei de ler o livro de Vasco Pulido Valente “Portugal. Ensaios de História e de Política”, que aconselho vivamente, sobretudo os Ensaios que respeitam a Salazar e Marcelo, isto é ao Estado Novo.
Mesmo para quem embirra com o autor, a análise dele é magistral.

Depois de o ler deu-me para reflectir no seguinte:

Os únicos verdadeiros adversários do Estado Novo, Álvaro Cunhal, Mário Soares e Sá Carneiro (por ordem de idades), além da sua forte personalidade, foram todos formados nesse mesmo Estado Novo. Estudaram pelos mesmos livros “únicos”, formaram-se nas suas Universidades.
Só o primeiro foi perseguido. A “prisão” aberta do segundo em Cabo Verde e o seu exílio dourado em Paris, onde continuou a usufruir dos seus rendimentos em Portugal, não conta verdadeiramente. Apenas Sá Carneiro teve a coragem de se bater “por dentro”.
Foram estes os únicos políticos que tivemos em Portugal, antes de depois do 25 de Abril. Um morreu de velho, outro foi assassinado e um ainda por cá anda, mas já sem força nenhuma. Freitas do Amaral, o Delfim de Marcelo, sem o seu mestre, andou e anda aos tombos.
Por isso, só há, e só pode haver, três partidos, os que foram formados pelos três primeiros. Tudo o resto é “capelinhas”.

Perante isto é bom reflectir: que aconteceu à geração que tinha 25-30 anos em 74? Lutou a favor ou contra o comunismo, mas fora disso, pouco mais pôde fazer, dominada como estava por estes três grandes. E agora já não tem idade de fazer o que quer que seja. Em suma, foi uma geração sacrificada, apesar de bem preparada por esse mesmo Estado Novo.

A actual geração, filha do PREC do 25 de Abril, ficou sem preparação, bases ou princípios que lhe permitam ser verdadeiros políticos. Vivem de demagogia, olhando para o próprio umbigo, refugiando-se numa Europa que não existe.

Não vale a pena perguntar de quem é a culpa. É uma realidade. Que fazer?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pedofilia não prescreve!



Está a causar um inexplicável escândalo a prisão, na Suiça, do realizador Roman Polanski, que há 32 anos, violou, com a ajuda de drogas, uma menina de 13 anos que tinha ido fazer um “casting” na casa de um amigo nos Estados Unidos.
Nessa altura, e depois de ter confessado o crime, e ter sido condenado nos EUA conseguiu fugir para Paris.
Desde então, nunca mais pôs os pés na América, nem mesmo para receber um Oscar, em 2003, bem sabendo que seria preso pois a condenação e o mandato de captura continuavam em vigor.
Agora resolveu ir a Zurique, com grandes parangonas, a um festival onde também seria premiado. Azar dele: a Suiça e os Estados Unidos têm um acordo de extradição de criminosos. A polícia suíça não perdeu tempo, e meteu-o na prisão, onde permanece desde então.

Apesar da vítima dizer tê-lo perdoado, a justiça destes dois países, não brinca em serviço.

Multiplicam-se agora manifestações e petições, até dos governos da França e da Polónia (Polanski tem estas duas nacionalidades) que dizem sentir-se ultrajados!

Ora isto só acontece por se tratar de uma pessoa famosa. Se fosse um Zé Ninguém todos lhe apontariam o dedo.

É o que acontece aqui em Portugal com os pedófilos da Casa Pia (entre outros). Mesmo que nunca tenham feito um filme, a não ser talvez, filmes pornográficos com crianças.

E ainda há quem diga que a Justiça é cega ... Em Portugal, pelo menos não é.
Se o caso for Cível, pode demorar que nunca prescreve. Mas se for Criminal, toca a prescrever.

É caso para dizer que a nossa “Justiça” protege os criminosos ... sobretudo, se forem famosos.

sábado, 29 de agosto de 2009

Estou aqui !

Eu gosto de escrever. Sempre gostei.

Mas há maneiras e maneiras de escrever: Uma, é andar por aqui a passear os dedos suavemente por esta tábua cheia de quadradinhos, cada um com a sua letra. Fácil, rápido, eficiente ... onde um Delete, ou um Insert, um Cut, um Copy ou um Paste resolvem qualquer problema. Outra, a minha preferida, é pegar num pauzinho duro, com uma grafite na ponta, e riscar o papel. De preferencia um papel mole, onde as letras, desenhadas, fiquem gravadas com a força e tudo mais que nos vai na alma.
Pode escrever-se com raiva. Ou com emoção. Com alegria, ou com tristeza. E é a nossa mão que imprime no papel aquilo que sentimos e aquilo que verdadeiramente somos.

Estou a olhar para o que acabei de escrever. Em papel. (Estou a copiar). Neste texto, tão curto, está lá tudo. As palavras que risquei, as frases em que hesitei e, até, os erros de ortografia. E tudo faz sentido.

Olho melhor: O parágrafo em que falo da escrita ao computador é mais "corrido", menos carregado. Vê-se que estava com vontade de despachar. A seguir, o traço ganha força. Risco na vertical. Não hesito. Repito, mesmo quando gosto particularmente do que escrevi. Há mais pontos e menos vírgulas.
No fim, o meu nome. Eu assino tudo o que escrevo, nem que seja para deitar para o caixote. É uma forma de dizer: Pronto. Já está !

Isabel.

Mas não o Isabel que surge neste ecrã, assepticamente delineado em "times new roman". O "meu" Isabel é assim: O "I" grande começa com um risco vertical bem vigoroso. Um tracinho em baixo, um outro em cima de onde parte, em curva e contra-curva o "S".
Pausa.
O "a" pequeno é um caracol, sempre enrolado de cima para baixo. O "b" também começa com um risco vertical e acaba numa barriga. Parece uma colcheia de pernas para o ar. Tem música!.
Outra pausa.
O "e" é outro caracol, ao contrário. Tem de ser. Por fim, mais um risco bem vertical, mas sem tracinhos: é o "l" final. Traçado com a mesma força do primeiro.

Pronto. E, por vezes, ponto.

A minha assinatura não é uma identificação. É um dizer: Estou Aqui !

Pois ... o problema é que, para comunicar isto, tenho de copiar tudo, passando os dedos, suavemente, por esta tábua cheia de quadradinhos ...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Kennedy

Este texto não é meu. Mas acho que merece ser divulgado (embora muito pouca gente venha aqui):

Morreu o leão liberal do Senado dos E.U.A.

É assim, com noticias de mais de 1 pagina inteira que abriu o Publico de ontem. Por todo o Mundo Ocidental os principais jornais abrem da mesma maneira.
Foi durante a sua vida adulta um marco incontornável dentro da sua Familia, para os EUA, foi o "defensor do sonho" (dizem os Jornais). Numa das várias vezes que estive nos EUA, em serviço ou de férias, nos anos 80, já se falava dele. E o que espanta meio Mundo é que um Homem tão rico, tão influente, com um nome tão prestigiado tenha passado a Vida a dar mais do que recebia, a que a sua mão esquerda nem soubesse o que dava a direita, que tivesse elaborado ou colaborado em centenas de Leis para tornar os Americanos mais livres, com mais apoio na Saúde (não é nada Americano), no Ensino, e na Justiça.

Não estou a fazer um epitáfio de quem não conhecia pessoalmente. Apenas a lembrar que em certas Familias se cultiva, desde o berço a respeitar os inferiores (na escala social), a Servir a quem os serve, a ocuparem os ultimos lugares em vez dos primeiros, e a pôr à frente dos próprios interesses, vaidades, etc., Deus,a Pátria e a Familia, no sentido mais nobre e não politico com que estas palavras normalmente são conotadas. Só que infelizmente tal cultura é hoje mais dificil de encontrar do que agulha em palheiro. Seja nos EUA, ou em Portugal.

Um abraço a todos do
Martinho
(28 de Agosto de 2009)

domingo, 23 de agosto de 2009

ATENÇÃO PIRATAS !

Voltámos, ao tempo dos piratas. De perna-de-pau, olho-de-vidro, e cara-de-mau? Não, esses, ao menos tinham graça.
Hoje os piratas atacam em barquinhos de borracha e são combatidos por esquadras na Nato.
Tanta modernidade para quê? Nós os portuguesinhos valentes não precisamos de tanto: em Lisboa a pirataria da droga é certamente ainda observada com binóculos.
Ali do Cais do Sodré, mesmo em cima do rio. Se fosse mais longe, não se via nada.
Só isto justifica, tirarem-nos mais um bocado da vista do Tejo.
Espero que os apanhem, e os capturem ... à espadeirada.
Ao menos, voltava a ter graça.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

QUE FAZER COM ESTA "GENTE" ?


Notícia do dia:

Al-Megrahi, autor do atentado que fez explodir um avião sobre Lokerbei, na Escócia em 1988, matando 270 pessoas, e que estava a cumprir a pena de prisão perpétua (ou, segundo alguns 57 anos), foi libertado “por motivos humanitários” (tinha um cancro, em estado terminal).
A humanidade da decisão, só por si, não me indigna (embora indigne compreensivelmente as famílias das vítimas).

O pior foi o que se seguiu: transportado ontem num jacto pessoal de Khadafi, o “herói” foi recebido na Líbia com horas nacionais, hino fanfarra e tudo ! Com a assistência e aplauso uma multidão.

Ora, isto, levanta a questão: Somos todos iguais? A minha resposta é NÃO.

Relembrando a Parábola: o Semeador lançou sementes boas e iguais à terra. Parte caiu em terra boa e germinou; outra parte caiu sobre pedras e morreu; mas ainda outra caiu em mau terreno e foi abafada pela má semente, crescendo apenas as ervas daninhas.

Tal não contraria o princípio de que “Todos os homens nascem iguais”. Acontece que não crescem todos iguais. E, “quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita”.

Continuar a pensar que todos somos iguais, é suicídio. Se deixamos o esclarracho invadir a relva, estamos feitos.

Cá por mim, tenho uma teoria: não houve um, mas dois semeadores, sendo que o segundo (certamente com autorização do primeiro) resolveu entrar na história no séc. VII d.C.: escolheu a má semente, e lançou-a em má terra. A erva daninha, cresceu, multiplicou-se e invadiu tudo quanto pode. E ainda há quem, para ajudar, a regue.

Que fazer? Talvez um bom pesticida.

(isto da luta entre Deus e o Diabo escusava de meter os homens ao barulho)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

EIA AVANTE !

Se, como parece, o 31 da Armada macaqueou a implantação da República, honra lhe seja feita. O que aconteceu em 1910 foi precisamente isso: uma macacada, feita sobre o vergonhoso assassínio de 2 cidadãos portugueses que nunca fizeram mal a ninguém: um Rei que amou sobretudo Portugal, inteligente, culto e bom, e o seu filho de 21 anos, amado de todos.

A tal República era desejada – se é que o era – por umas dúzias de lisboetas (carbonários, anarquistas, bombistas, maçons, monárquicos e republicanos), tudo políticos que se odiavam uns aos outros. Em virtude do assassínio anterior, foi aclamado, um jovem recém saído da adolescência: fraco, mal preparado e, sobretudo, mal aconselhado.

Em Portugal o direito ao trono nunca se baseou – como noutros países – no direito de sangue. Embora tal “direito” se tenha tornado uma tradição, o facto é que nenhum Rei português subiu ao trono sem ter previamente sido aclamado em Cortes, primeiro tradicionais (desde a Idade Média), mas com a representação do Povo - coisa que os franceses, por ex. só conseguiram após 1789 - depois constitucionais.

A República em Portugal não só não foi uma revolução, nem um mero golpe de Estado, e muito menos foi legitimada pela vontade popular.

Tal como veio, pode ir.

Posto isto, 100 anos depois, nem uma “macacada” assim é possível: 1) temos uma Constituição tão democrática que proíbe a mudança de regime; 2) e, mais importante, não se vislumbra (em minha opinião e na de muita gente, que até seria potencialmente monárquica) alguém com perfil adequado para “sentar no trono”.
Mais inteligentes foram os espanhóis que, apesar das guerras, nunca deixaram cair a Instituição Monárquica. A isso devem ser hoje um País forte, democrático e, sobretudo (+ ou - ) unido, possuidore de uma figura de referência que ninguém (nem os republicanos) contesta.

Quanto à bandeira, o que de facto constitui um símbolo nacional é o “Escudo e as Quinas” e esse, felizmente continua lá, quaisquer que sejam as cores escolhidas – por quem? com que legitimidade? Para mim, o azul e branco era bem mais bonito que essa possidoneira do verde-rubro. Mas isso são gostos.
Já agora aqui deixo uma dica à nova Assembleia com poderes constituintes: que o 1º artigo da Constituição seja qualquer coisa assim: “Portugal é um Estado Soberano [etc.], cujo Regime será o que resultar da vontade democrática do Povo”; no que se segue, bastará substituir a expressão “República Portuguesa” muito simplesmente por “Portugal”.
Os nossos mal-amados Partidos que ousem propor qualquer coisa assim: logo veríamos o resultado.

ps 1: Estive agora, no Ytube, a ouvir o Hino da Carta (de cuja letra só conhecia uma pequena parte): É LINDO !. Basta substituir a referência aos Cabrais (que já não dizem nada a ninguém. Também n’”A Portuguesa”, os “bretões” foram substituidos por “canhões”) e … temos Hino!
E, como sempre, foi preciso uma Mulher. A lendária ou não Maria da Fonte - outra tinha sido a Padeira de Aljubarrota e, de certo modo, D. Luísa de Gusmão - para defender a “Santa Liberdade” !

EIA AVANTE, Mulheres de Portugal !

ps2: Já que aqui ninguém me lê nem me comenta, inseri este post, como comentário, nos meus 2 blogues preferidos: o "commonsense" e o "Arrastão". A ver vamos, se tenho algum "feed back" ...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

"Presa aos 7 anos"

Sob este título Inês Perdosa na Revista ÚNICA de sábado passado revela um facto criminoso, de que foi vítima uma menina de 7 anos. Com a conivência de todos, do Tribunal de Fronteira, à GNR e à incrível incúria de “técnicos especializados”.
A denúncia era simples e pronta: a menina queixava-se dos abusos sexuais que lhe eram infligidos pelo pai, quando era obrigada a visitá-lo. Gritava, chorava e explicava com todos os pormenores o que o pai lhe fazia e a obrigava a fazer, implorando que não deixassem ir, enquanto se agarrava ao pescoço da mãe.
Perante isto – e ao fim de meses (segundo o relato de Inês Pedrosa) – o Juiz decidiu institucionalizar de imediato a menina, “sem sequer poder despedir-se da família”. E assim continua há mais de um mês: presa sem direito a visitas!
No fim a cronista conclui aliviada: “Ainda bem que já não tenho 7 anos”.
Fez bem Inês Pedrosa em denunciar este facto. Eu, porém, não me sinto nada aliviada. O sofrimento e injustiça infligidos a esta criança, merece bem mais que uma crónica de revista.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Os Manifestos dos Economistas


“Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão.”

Este ditado parece poder aplicar-se a ambos os manifestos, Ou serão já 3?.

Fanicos não é economista, nem quer. A sua área é a História, talvez a mais importante das mal-chamadas “Ciências Sociais”.

Não vale a pena descrever os mecanismos que criaram o Mercado. São demasiado conhecidos. Nem o “lucro” que é decorrente deste. O que está em causa são os métodos usados para o desenvolvimento do mercado e criação de riqueza.

(Passando por cima de alguns séculos:)

Tudo começou quando o comerciante passou a empresário. Deixou de investir com o seu trabalho, substituindo-o pelo seu dinheiro. Todo o homem é ambicioso. Produzir muito por pouco dinheiro passou a ser o seu objectivo principal. Ainda o é.
A escravatura preencheu esse objectivo por muito tempo. Mas o escravo não consome, não gera mercado, gera mercadoria apenas. O consumidor torna-se assim parte essencial no sistema.

O colonialismo – não o da Grécia antiga – foi a solução encontrada. As colónias fornecem matérias primas e escravos. E absorvem os excedentes da produção. A riqueza resultante favorece o consumo. Parecia perfeito.

É então que o Estado resolve implicar-se no sistema: o consumo gera trabalho, o trabalho emprega homens, os homens pagam impostos, o Estado enriquece. É o princípio do Mercantilismo.

Na fase seguinte o investidor-empresário vai rejeitar a intervenção do Estado: É o “livre câmbio”. Mas o trabalho escravo mantém-se ainda na base do sistema.

(Voltando a passar por cima de séculos, embora menos:)

A escravatura é lentamente abolida. Mas o lucro continua a exigir produção. E esta só se faz com trabalho. Nem a máquina dispensa o trabalhador. Nasce o Proletariado. Que entra em choque com o Capital. É a Revolução.

Mas a música não deve parar.

O regresso à intervenção estatal pareceu ser uma primeira solução, para alguns. A auto-regulação do mercado, para outros.

(Passando por cima do Comunismo, do Fascismo, do Nazismo, da Social-Democracia nórdica, da Democracia Cristã, e do Liberalismo americano.)

O facto é que as colónias vão desaparecendo uma a uma. E com elas, as matérias primas baratas, e o trabalho explorado.

Se já não é possível utilizar o trabalho-escravo (ou semi-escravo) nos termos anteriores, toca de arranjar forma de retirar aos trabalhadores-nativos dos países ditos civilizados, a maioria dos seus direitos, transformando-os em “servos da gleba”.

Entretanto surge essa coisa peregrina chamada “Globalização Económica”. Que mais não é que uma maneira fácil e barata de utilizar uma nova forma de escravatura, em países longínquos e miseráveis, em que homens, mulheres e crianças, sem qualquer protecção, se matam a trabalhar (sem horário), por uma mísera tigela de arroz. Deslocalizar para lá as empresas, obtendo assim uma produção incrivelmente barata que irá ser vendida no ocidente a preços muitíssimo competitivos, gera uma riqueza imensa nas mãos de muito poucos. É o neo-liberalismo.

Mas o grande consumo está ainda no ocidente, onde grande parte dos possíveis consumidores vão ficando desempregados, ou nem sequer conseguem emprego. Sem emprego, não há trabalho, sem trabalho não há dinheiro, sem dinheiro não há consumo, sem consumo não há impostos, o Estado empobrece. É a CRISE.

Paralelamente surge a especulação financeira que nunca resolveu problema nenhum. Sucedem-se os grandes negócios, na sua maioria ilícitos ou fictícios, mas também as grandes falências (já tinha acontecido no início do século XVIII, com o Sistema Law, lembram-se? E lembram-se no que deu?).

A riqueza estará onde estiver a força de trabalho. E essa já não está aqui. O aumento ou diminuição demográfica também tem uma palavra a dizer – sempre teve.

Estamos actualmente da fase da “grande revolta”. Onde esta vai conduzir ainda não sabemos, mas podemos adivinhar. E não serão os grandes economistas nem os grandes financeiros que o irão resolver. É da História.

Numa visão futurista podemos talvez antever uma grande reviravolta – não será a primeira na História – em que os antigos colonizadores se transformarão em novos colonizados. É o fim duma Cultura.

Talvez seja justo, quand même.

sábado, 20 de junho de 2009

Mais do mesmo - O Irão e o Futuro

Loureiro dos Santos, no Público de ontem vem dizer aquilo que muitos não querem ver, sobre os recentes acontecimentos no Irão.

Que diz ele? Em resumo, e fazendo copy/paste de algumas frases:

Que mesmo que haja mudanças políticas do Irão as suas orientações fundamentais não sofrerão divergencias substanciais. Os objectivos nacionais do país manter-se-ão intactos. Continuará - porventura acentuar-se-á - a não-aceitação do Estado israelita. Um novo regime, defenderá os direitos dos palestinianos com mais veemência do que os árabes e não desistirá de obter a tecnologia nuclear que lhe permita, desde já, produzir energia e, se considerar necessário, fabricar armas. Não deixará de usar o Hezbollah e o Hamas para ser um actor de peso no Líbano e no conflito israelo-palestiniano. Desenvolverá os seus instrumentos de força militar, especialmente para controlar o Golfo Pérsico e dominar a passagem do estreito de Ormuz.
Estará eventualmente disponível para aceitar todas as fiscalizações da Agência de Energia Nuclear da ONU previstas no TNP, e prontificar-se-á para encarar os EUA e os países ocidentais como parceiros, em vez de inimigos, sem abdicar dos objectivos estratégicos que entende corresponderem à sua História e posição, e que pensa estarem ao seu alcance.
Por fim, que “haja ou não alterações nas cúpulas do regime, será afectada a forma (não a substância) de procurar atingir esses objectivos, passando a ser mais moderada e retoricamente menos agressiva, embora permaneça igualmente firme”.

Valerá a pena, digo eu, tanta indignação com o que se passa no Irão?
Talvez...
Sem a mudança não haverá Futuro para toda esta região; com ela pouca esperança haverá.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Teocracia

Teocracia é um regime em que os governantes pertencem à classe sacerdotal, ou são considerados ministros de Deus, com poderes divinos.
É natural no Oriente, em que a Religião precedeu a Filosofia, como explicação do Transcendente.
Todas as religiões, aliás, têm as suas raízes no Oriente.
No Ocidente não foi assim: A Filosofia teve origem na explicação da matéria, ou seja, na Física. Cedo chegou ao conceito de Logos (Razão) onde incorporou tudo, até a Metafísica. O politeísmo primitivo, que aliás, nunca teve grande impacto no Ocidente, cedo se dissolveu no Mito.
Quando uma Religião de cariz oriental - o Cristianismo, proveniente do Judaísmo - se espalhou no mundo ocidental teve naturalmente de se conciliar com o materialismo dominante.
Por isso, na Europa, e depois nas Américas - de cultura europeia - nunca gerou Teocracias (à excepção dos pequenos Estados Pontifícios, em Itália, e mesmo aí, o Papa governava como um monarca ocidental). Mais depressa um Rei matava um Papa, de que um Papa matava um Rei.
Mesmo a sábia Inglaterra, quando se separou do papado, não colocou no trono o Arcebispo da Cantuária. E o mesmo aconteceu nos outros Estados protestantes.
Mesmo quando a Igreja teve enorme influência - e teve - na História do Ocidente, nunca conseguiu (nem pretendeu) substituir-se ao Estado.
O Cristianismo conseguiu conciliar Deus e a Razão, e houve grandes filósofos cristãos, mesmo entre os membros da Igreja, enquanto no Islamismo, essa questão nem se põe. Não há filósofos islâmicos - creio eu - porque o islamismo nunca produziu uma Filosofia!
O mesmo já não se pode dizer nos povos extremo-orientais onde no Hinduísmo, Budismo, Confucionismo ou Taoísmo, apesar de tudo, existe uma certa componente filosófica.
Daí a nossa perplexidade perante os regimes islâmicos.
É no fundo uma questão de mentalidades, e essas são quase impossíveis de dominar.
No resto do mundo haverá Democracias - ou Ditaduras - no mundo islâmico a Teocracia é o regime natural.
Valerá a pena tentar mudar isto ?
O mais que podemos é tentar impedir que eles entrem no nosso Mundo. Por muito politicamente incorrecto que isso possa parecer. E tentar impedir que, com a riqueza que têm, fabriquem armas com que nos possam eliminar da face da Terra (que é o seu objectivo principal).
Ter pena deles, para quê? É o que eles gostam, é o que eles querem (mesmo quando dizem o contrário).

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ESTÁ TUDO DOIDO????

Acabo de ouvir no telejornal:
A Câmara Municipal de Lisboa decidiu propor a geminação de Lisboa com a cidade de Gaza!!!
A proposta é do Bloco, mas passou com a abstenção de PS, PSD e CDS (a posição do PCP não percebi qual era).

As autoridades de Gaza visam a pura e simples eliminação de Israel, através da luta armada. Presumo que Lisboa vai ajudar a cumprir este objectivo. Talvez com as pedras da calçada !?!

Do Bloco já tudo se espera. Mas os autarcas dos 3 principais partidos - eleitos pela maioria dos lisboetas - são tão maricas que não tiveram coragem para votar contra ??????

Estou indignada!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A Justiça e a Moral

Vão e vêm notícias e os casos vão sendo esquecidos. Vem sucedendo com a Casa Pia, que tem gente importante. Mais depressa irá suceder com o caso da “Pequena Esmeralda”. Para já a “Justiça”, vencendo a Moral, entregou a criança a um pai que não a quis reconhecer à nascença e a deixou entregue a uma mãe que não a podia sustentar.

Não vale a pena recontar a história que é de todos conhecida.

Aproveitando uma estadia, durante as férias de Natal, com o pai que não a quis e só a reconheceu quando obrigado pela polícia, a “Justiça” decidiu que a criança seria retirada aos pais que a criaram e sempre conheceu, e que lhe deram o único nome por que se reconhece (Ana Sofia), sendo entregue para sempre, ao “pai espermatozóide” e, certamente sempre no “superior interesse da menor”, cancelou também uma consulta de pedo-psiquiatria, que estava marcada do Hospital de Santarém.

Que interessa à criança, qual foi o espermatozóide que esteve na sua origem: Pais foram aqueles que a criaram desde bebé, a amaram, alimentaram, educaram e com quem sempre viveu. E, mais importante, que ela também ama. Mas isso, que interessa à “Justiça”? Fica mais uma criança infeliz. Ele há tantas...

E pronto: caso encerrado. Para a “Justiça”, claro. Que o que interessa é o que vem nos canhenhos. Livram-se de um caso complicado, e a Moral, que vá para o Inferno!

Aos juízes: que lhes fique a pesar na consciência (se é que a têm).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Triste história do Fanicos

Bem... este é o 3º blogue do Fanicos: o 1º foi à vida: esqueci-me da password que não consigo recuperar. Entretanto tinha criado um blogue do Sapo, mas parece que empancou! Como o mesmo aconteceu com outros bloguistas do Sapo, voltei ... à vaca fria.
Espero ter mais sorte desta vez.

Para já não me lembro de nada para dizer, ou antes: há tanta coisa, que vou levar tempo a decidir.

Sejam benvindos para comentar ! ! ! (quando houver conteudo, é claro)